BELO HORIZONTE – O prefeito de Guapé, Nelson Alves Lara (PC do B), foi preso durante operação do Ministério Público de Minas Gerais deflagrada na manhã desta quarta-feira, 7. Segundo o MP, além de Lara, também foram cumpridos mandados de prisão preventiva expedidos pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) contra o procurador-geral do município, o diretor-geral do Saae, o gestor de obras e de dois empresários. A operação foi realizada em Guapé e no Rio de Janeiro.

No momento em que estava sendo levado pelos policiais, o prefeito disse, em entrevista à imprensa, que não tem nada a temer e que tudo será esclarecido.

Ainda de acordo com o MP, a operação “Trem da Alegria” tem como objetivo desmantelar uma suposta organização acusada por crimes como corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e entrega de veículo automotor a pessoa não habilitada. O MP também informa que, na operação, por meio da Procuradoria de Justiça Especializada em Ações de Competência Originária Criminal (PCO), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), núcleo Varginha, e da Coordenadoria Regional de Defesa do Patrimônio Público (Sudoeste de Minas Gerais), em ação conjunta com as Polícias Militar, Civil e Penal, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão em Guapé e no Rio de Janeiro, seis mandados de prisão preventiva e seis mandados de afastamento dos cargos públicos.

Segundo o MP, foi oferecida denúncia contra seis pessoas pela prática de oito crimes. De acordo com as investigações, os denunciados seriam parte integrante de um grande esquema de corrupção que teria sido instalado em Guapé, e que consistiria na obtenção de vantagens indevidas, em razão do cargo de prefeito municipal, na forma de bens imóveis (terrenos), de empresários do setor imobiliário (loteadores).

De acordo com o Ministério Público, após consumados os atos de corrupção, os integrantes da organização teriam ocultado a origem e a propriedade dos bens por intermédio de operações de lavagem de dinheiro, com os bens escriturados e/ou registrados em nome de terceiros ou que permanecem em nome do empreendedor até a ordem de transferência.

O MP também aponta que os suspeitos teriam utilizado, indevidamente, em proveito próprio, bens públicos. Eles também são investigados por fraudes e desvios na execução de contratos administrativos e em licitações.

Segundo o MP, as prisões foram decretadas pelo TJMG para a garantia da ordem pública e por conveniência da investigação e da instrução processual penal. “Os denunciados planejavam ocultar documentos, combinavam versões e cogitavam atentar contra a vida e a saúde de pessoas de alguma forma envolvidas nas apurações”, informa o MP.

Participam das diligências 128 pessoas, sendo cinco promotores de Justiça, 12 servidores do Ministério Público, 57 policiais militares, 45 policiais civis e 9 policiais penais. Foram empenhadas 35 viaturas e 1 aeronave e as investigações prosseguem.

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Fonte: Folha da Manhã

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07/02/2024 – Paraiso FM