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Nesta terça-feira (30/1), a Polícia Federal deflagrou a Operação Grandoreiro, com o foco em investigar fraudes bancárias eletrônicas no exterior, realizadas por um grupo que usava malwares (programas de computador maliciosos) para praticar os crimes. Segundo PF, a organização criminosa já movimentou 3,6 milhões de euros, desde 2019.
Com base em informações obtidas pelos investigadores junto à instituição financeira espanhola, Caixa Bank, os prejuízos causados pelos criminosos podem chegar a 110 milhões de euros.
“As apurações tiveram início a partir de informações enviadas pelo Caixa Bank, que identificou que os programadores e operadores do malware bancário estariam no Brasil. Os investigados se valiam de servidores em nuvem para hospedar a infraestrutura utilizada nas campanhas do malware Grandoreiro”, informou, em nota, a PF.
Esse programa premite acesso remoto aos computadores das vítimas, dando condições para o grupo fazer os furtos de forma cibernética.
Treze mandados de busca e apreensão e outros cinco, de prisão temporária, estão sendo cumpridos em São Paulo, Santa Catarina, Pará, Goiás e Mato Grosso. Além disso, ordens judicias de apreensão e bloqueios de bens também estão sendo cumpridas, “com vistas à descapitalização da estrutura criminosa e com a finalidade recuperar os ativos”.
De acordo com os investigadores, os equipamentos das vítimas eram infectados por meio de e-mails contentado mensagens maliciosas, conhecida como phishing. Os criminosos enviam as mensagens que “induziam as vítimas a acreditar que se tratava de informações oficiais como, por exemplo, intimações judiciais, cobranças de faturas vencidas, notas fiscais, dentre outros”, informou a PF.
Ao clicar no link para baixar o arquivo malicioso, o programa era executado em segundo plano, tornando o computador da vítima vulnerável. Os valores furtados então, eram transferidos para contas de pessoas que “emprestavam indevidamente suas contas para movimentação dos valores ilícitos”.
A identificação do grupo aconteceu com a ajuda da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e com a cooperação internacional da Polícia Nacional da Espanha. As investigações também contaram com o apoio da força-tarefa Tentáculos, que envolveu a PF e as instituições bancárias a fim de reprimir fraúdes bancárias eletrônicas.
A PF informou ainda que os suspeitos poderão responder pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado mediante fraude em ambiente cibernético, invasão de dispositivo informático e lavagem de dinheiro.
Com informações da Agência Brasil.