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O encontro oficial entre o papa Francisco e o presidente Javier Milei aconteceu em meio a tensões por causa de antigas declarações do presidente da Argentina contra o religioso. Mas a reunião, que durou uma hora e 10 minutos, foi bem mais leve que o esperado.
Oficialmente, o site do Vaticano explicou que os dois chefes de Estado discutiram a relação entre a Santa Sé e a Argentina. Depois, “discutiram-se as estratégias do novo governo para enfrentar a crise econômica”.
“Na continuidade da conversa, foram abordadas várias questões internacionais, em particular os conflitos em andamento e o compromisso com a paz entre as nações”, aponta o site.
O presidente da Argentina, Javier Milei, e sua irmã Karina Elizabeth Milei deixam o Palácio Apostólico após uma audiência com o papa Francisco Franco Origlia/Getty Images
Papa Francisco troca presentes com o presidente da Argentina, Javier Milei, e sua irmã Karina Elizabeth Milei durante uma audiência no Palácio Apostólico Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images
Foto formal entre os dois chefes de Estado Vatican Pool/Getty Images
Papa Francisco troca presentes com o presidente da Argentina, Javier Milei Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images
O presidente Javier Milei está em Roma desde sábado para a canonização da primeira santa da Argentina, María Antonia de San José de Paz y Figueroa, conhecida como Mama Antula Vatican Pool/Getty Images
Papa Francisco se encontra com o presidente da Argentina, Javier Milei, durante uma audiência no Palácio Apostólico Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images
Nos bastidores, a reunião tinha um significado muito maior. Milei já acusou Francisco de ser “o representante do maligno na terra” e de sua “interferência política”. Depois, pediu desculpas, publicamente ainda durante o segundo turno das eleições e no privado, em telefonema entre os dois.
Mas Milei entendeu que deveria dar um passo a mais para ganhar o apoio popular que precisa para governar um país em crise.
A canonização de Mama Antula, a primeira santa argentina, veio como um presente dos céus para essa aproximação. Milei e o também argentino Francisco se abraçaram no domingo (11/2), durante a cerimônia. E o sumo sacerdote gastou muito mais tempo do que o comum nesta reunião de hoje.
Segundo o jornal Clarín, o sumo pontífice recebeu a delegação “com muito carinho”. Depois, os dois argentinos falaram sobre o programa econômico de Milei e a crise social e política do país.
Expliquei-lhe tudo. Ele me entendeu perfeitamente”, teria falado Milei a um integrante da comitiva argentina, referindo-se principalmente à Lei Omnibus, que tenta equilibrar o orçamento do país, com medidas de cortes extremos nos gastos.
O presidente argentino também aproveitou para garantir que o Ministério do Capital Humano tem “uma visão inclusiva dos setores mais vulneráveis”. Milei é acusado por oposição, e veladamente pelo próprio Francisco, de não olhar para as classes menos assistidas.
A própria Igreja Católica na Argentina se manifestou de forma contrária sobre a falta de alimentos em restaurantes populares e escolas e os atrasos no novo programa de assistência.
Na já famosa troca de presentes que ocorre nesse tipo de situação, Milei deu a Francisco o registro filatélico dedicado pelos Correios argentinos à Mama Antula; e uma cópia do documento com o qual o governo argentino credenciou Juan Bautista Alberdi como “Encargado de Negócios” com o o sumo sacerdote. E, informalmente, alfajores de doce de leite e biscoitos de limão da marca preferida do religioso.
Já o Francisco entregou ao chefe de Estado uma medalha de bronze inspirada no Baldaquino da Basílica de São Pedro, volumes dos documentos papais e a Mensagem para a Paz deste ano.
O presidente saiu de lá com uma esperança: a visita de Francisco a Argentina.