O que se sabe sobre acidente que matou ex-presidente do Chile

A política do Chile sofreu um revés inesperado: uma das figuras mais proeminentes do país andino morreu em um acidente aéreo nessa terça-feira (6/2). O ex-presidente Sebastián Piñera pilotava um helicóptero que caiu em um lago e não resistiu. A principal suspeita é que a queda tenha relação com as condições climáticas do local, pois chovia no momento do incidente.

A queda aconteceu na comuna de Lago Ranco, que pertence à província de Ranco, na Região de Los Rios, no Chile. Na aeronave, estavam quatro pessoas. Como detalhou o governo do país, três delas conseguiram sair da aeronave, o que não foi o caso do ex-presidente.

De acordo com a mídia local, Piñera teria saído de uma visita à casa do empresário José Cox. A aeronave teria voado por uma curta distância e caído na água, ficando a cerca de 40 metros de profundidade.

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Segundo informações preliminares, o voo teria durado poucos minutos, e a aeronave mergulhou em direção ao solo. A informação foi confirmada pela Direção-Geral da Aeronáutica Civil, segundo o portal chileno La Tercera. A apuração das circunstâncias ficou a cargo do Departamento de Investigação de Acidentes do órgão.

Pouco depois da queda, a Marinha, os bombeiros, os carabineros e o Samu chegaram ao local e atuaram na operação para recuperar o corpo do ex-presidente.

Embora ainda não seja prossível cravar as circunstâncias da tragédia, o site Ex-Ante informou que o ex-presidente teria morrido afogado por não conseguir se soltar do cinto de segurança do helicóptero.

Teriam conseguido deixar o helicóptero os passageiros: Magdalena Piñera, irmã de Piñera; Ignacio Guerrero, empresário; e Bautista Guerrero, filho de Ignacio.

Funeral e luto oficial

Em pronunciamento no fim da tarde, a ministra do Interior e Segurança Pública do Chile, Carolina Tohá Morales, confirmou a morte de Piñera. Ela também afirmou que o presidente chileno, Gabriel Boric, determinou que seja realizado um “funeral de Estado” e seja instalado luto oficial no país.

Piñera, 74 anos, foi presidente do Chile em dois momentos: entre 2010 e 2014, e entre 2018 e 2022. Ele foi o primeiro político de direita a conquistar a presidência depois da ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990). Antes de entrar para a política, consolidou-se como investidor, com doutorado em economia na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Boric ressaltou que Piñera atuou para que o Chile firmasse importantes acordos. “Foi um democrata desde o início e buscou genuinamente o que ele acreditava que era o melhor para o país”, destacou.

Ele confirmou que Piñera terá um funeral de Estado e que decretará luto oficial de três dias. No pronunciamento, Boric listou momentos importantes para o país em que o então presidente atuou, como a reconstrução do Chile após terremoto, além do resgate de 33 mineiros na na mina San José, em 2010.

Autoridades lamentam

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mostrou “surpreso e triste” com a morte de Sebastián Piñera. “Convivemos, trabalhamos pelo fortalecimento da relação dos nossos países e sempre tivemos um bom diálogo, quando ambos éramos presidentes, e também quando não éramos”, comentou.

“Muito triste seu falecimento de forma tão abrupta. Meus sentimentos aos seus familiares e amigos de Piñera por esta perda”, completou.

A Presidência da Argentina emitiu comunicado no qual lamentou a morte de Piñera. “Em nome do Estado Argentino, enviamos nossas condolências a seus familiares, a seus amigos e a todo o povo chileno”, informou.

Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai, lamentou a morte e ofereceu condolências aos chilenos. “Ele sempre teve uma atitude positiva em relação ao Uruguai e pessoalmente”, escreveu no X (antigo Twitter).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou solidariedade aos amigos e familiares de Piñera. “Fomos aliados no progresso de nossos países e bem-estar de nossos povos. Uma lacuna irreparável para nossos irmãos chilenos. Que Deus conforte seus parentes e amigos, bem como a todos aqueles que têm em seus corações Deus, Pátria, Família e Liberdade”, escreveu.

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