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Diretora ‘linha dura’ completa 24 anos no cargo em Passos

Ézio Santos

PASSOS – A mais longeva mestra na função de diretora em um estabelecimento de ensino em Passo completou, no dia 12 de janeiro, 24 anos no cargo. Eleita diversas vezes, a passense Maria de Lourdes Martins, de 64 anos, ainda não encontrou oponentes que a tirassem do cargo na Escola Estadual Nazle Jabur.

Conhecida na comunidade escolar passense por ser bastante enérgica na profissão, Maria de Lourdes, que foi também professora e especialista no Ensino Fundamental e anos iniciais escolares das crianças. “Sou pulso firme sim, mas com educação e respeito que o ser humano merece. Disciplinadora é uma coisa, grossa, deseducada, são outras completamente diferentes”, afirmou.

Lourdes adverte que uma minoria de pais não educa seus filhos do mesmo modo que ela educa na escola, e, às vezes, nem acompanha seus filhos bem de perto. “Aí muitos acham que sou brava. Nem Jesus Cristo agradou a todos. Eu também não, porém sou amorosa e carinhosa com qualquer pessoa. É o meu jeito de ser, mas jamais fui deseducada. Cobro mesmo das crianças, adolescentes e adultos para que sejam verdadeiros seres humanos”, expressou a diretora.

Na Nazle Jabur, localizada no Bairro Santa Luzia, são 1.400 alunos e trato todos como sendo mãe deles. “Quem convive comigo aqui dentro, sabe que sou firme nas decisões, mas sem ofender, maltratar, seja lá o que for. Falo alto, até exagero, às vezes, mas sempre com estima, porque faço tudo com amor, juntamente com minha equipe de docentes e funcionários, que com os alunos formamos uma grande família”, confidenciou Lourdes.

A diretora afirma que os 24 anos de função ininterruptos, é porque dá valor a quatro pilares primordiais na sua vida: saúde, sorte, sabedoria e sucesso. “É tudo que preciso. Sem contar a amizade com todos, incluindo os familiares dos alunos. Sou enérgica quando preciso, e boazinha se estiver tudo sob meu controle. Sou tão feliz como diretora porque tem professores trabalhando na escola que já foram meus alunos. Outros seguiram outra profissão. Isso não tem preço na minha vida”, disse de forma comovente.

Sobre as dificuldades que a classe de educadores enfrenta nos dias de hoje, por causa da insegurança pública em todo o país, Lourdes revelou que é muito difícil, mas sabendo agir, os alunos obedecem. “Quem não se adequa ao meu modo de trabalhar, sai da escola por conta própria. Só ficam os que querem ser alguém lá adiante. Agradeço a Deus pela minha vida e a profissão que amo”, afirmou a diretora que mora no bairro há 32 anos, e perdeu o marido há 14.