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Cidades da região de Ribeirão Preto consomem até 4 vezes mais água do que média nacional; MAPA



Em Aramina (SP), uma pessoa consome, em média, 581 litros por dia, segundo dados de saneamento do governo federal. Morro Agudo é uma das cidades da região de Ribeirão Preto que mais consomem água por habitante na região Reprodução/ ArquivoEP Um levantamento do g1 com base em números divulgados pelo Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, mostra que municípios da região de Ribeirão Preto (SP) consomem até quatro vezes mais água por dia do que a média em todo o país. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Fundada sobre Aquífero Guarani, Ribeirão Preto perde 43% da água que distribui e consome mais que média do paísCom um consumo médio de até 581 litros, 62 das 66 cidades listadas (veja no mapa acima a situação de todos os municípios) superam os 148 litros diários registrados por habitante no Brasil, média que é superior aos 110 litros diários utilizados pelas autoridades públicas como parâmetro de atendimento para as necessidades básicas de uma pessoa. Ao menos 12 delas registram o dobro da média nacional. São elas: Aramina (SP) Morro Agudo (SP) Barrinha (SP) Pitangueiras (SP) Guatapará (SP) Taiúva (SP) Batatais (SP) Ipuã (SP) Dobrada (SP) Ituverava (SP) São Simão (SP) Rifaina (SP)Entre os 62 municípios também estão 44 cidades acima da média estadual, de 178 litros por pessoa. Maior cidade da região, Ribeirão Preto (SP) consome 273 litros diários por habitante. Franca (SP), Sertãozinho (SP) e Barretos (SP) têm índices médios que variam entre 165 e 221 litros. Na outra ponta, Itirapuã (SP), Restinga (SP), Patrocínio Paulista (SP), Jardinópolis (SP) e Serrana (SP) são os municípios da região com os menores índices de consumo, entre 130 e 148 litros por dia. Vista aérea de Batatais, SP Reprodução/ArquivoEP Eficiência, controle de perdas e consumo consciente O consumo elevado de água em determinadas regiões é preocupante não só do ponto de vista ambiental, com o comprometimento de reservas naturais, como também do ponto de vista administrativo, com o aumento dos custos dos municípios para o tratamento. Em localidades como Ribeirão Preto (SP), onde o consumo também tem sido crescente, os riscos são relacionados ao Aquífero Guarani, um dos maiores mananciais subterrâneos do mundo que abastece 100% da cidade. “Quanto mais água a gente consumir mais água precisa ser retirada da natureza, tratada e disponibilizada para o cidadão, e muitas vezes a gente impacta muitas vezes o meio ambiente, a natureza, por estar retirando essa água de lá, quanto o custo de se estar tratando toda essa água que muitas vezes não é utilizada de maneira eficiente pela população”, alerta Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, organização que monitora os avanços do saneamento e da proteção dos recursos hídricos do país. Segundo ela, os números relacionados ao consumo passam obrigatoriamente pela eficiência dos sistemas de abastecimento, pela maneira como as cidades controlam as perdas na distribuição, além do uso consciente por parte dos moradores em suas casas, em atividades como tomar banho e lavar a louça. “A gente precisa saber que água é um bem finito, não apenas em regiões como a região nordeste, onde parte da população já tem essa consciência, mas também outas regiões (…) Como solução cada vez mais a gente precisa ter campanhas de conscientização, campanhas nas escolas, na mídia, que tragam a água como um bem finito e que precisa ser conservado por cada um dos cidadãos.” Em regiões como o estado de São Paulo, onde a média já é acima da brasileira, de 178 litros diários por habitante, segundo ela, a regularidade em termos gerais no serviço de abastecimento – a despeito de momentos de crise hídricas – também passa pela falta de uma sensação de escassez observada em outras regiões. Torneira com água Igor Jácome/g1 “Isso faz com que as pessoas tenham pouco cuidado e hábitos de consumo que não são bons, muitas vezes as pessoas estão tomando banho demorado, utilizando agua para lavar carros, tendo consumo de água acima da média por conta da falta de conscientização.” Ela alerta, no entanto, que essa mentalidade precisa mudar. “O estado de São Paulo também está vivendo os efeitos das mudanças climáticas e vai ter que ter uma adaptação, uma maior resiliência frente o cenário futuro.” O que dizem os municípios 📌A Prefeitura de Pitangueiras confirma que o grande desafio é reduzir as perdas na distribuição, que chegam a quase 50% do volume produzido, por conta de tubulações antigas, vazamentos, além da falta de hidrômetros e ligações clandestinas. Para isso, o município espera contar com R$ 55 milhões do governo federal para melhorar e expandir o sistema de abastecimento “Desse aporte, o município já dispõe de convênio assinado junto à Caixa Econômica Federal no valor de R$ 37 milhões para obras que terão início neste ano”, comunicou. Além disso, a cidade afirma trabalhar com ações educativas para reduzir o consumo por parte dos moradores, bem como realiza fiscalizações para amenizar o desperdício causado por ligações clandestinas. “Os responsáveis por essas ligações clandestinas, popularmente conhecidas como ‘gatos’, estão sujeitos à aplicação de multa no valor de R$ 428,51 (conforme Anexo XVI do Decreto Municipal nº 4.398/2021) e futuras sanções judiciais.” 📌A Prefeitura de Batatais reconhece que a situação é preocupante e a atribui à falta de investimentos ao longo de décadas, mas garante estar tomando ações para solucionar o problema, com R$ 10 milhões investidos nos últimos três anos. “Essa conjuntura resulta em índices de consumo per capita acima da média nacional. No entanto, desde o início do atual mandato, a administração identificou gargalos e tem concentrado esforços em aprimorar o sistema de abastecimento de água local, abrangendo captação, armazenamento e distribuição”, comunicou. Também informa estar tomando medidas contra perdas no sistema de distribuição, estudos, um plano de segurança da água, além de priorizar telemetria e controle de captações e armazenamento. “Além disso, foram adquiridos novos hidrômetros, realizada a substituição de tubulações defasadas nos ramais de abastecimento, e efetuada a troca das tubulações das adutoras de água bruta.” 📌Procuradas há cerca de duas semanas, as prefeituras de Aramina, Morro Agudo, Barrinha, Dobrada, Guatapará, Taiúva, Ipuã, Ituverava, São Simão e Rifaina não se manifestaram sobre o assunto. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

Fonte: G1


16/02/2024 – Paraiso FM

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